quinta-feira, 23 de agosto de 2012

QUEM ÉS TU?...

És tu que vens
no silêncio da noite
pedir-me a esmola,
das minhas ilusões
dos meus infortúnios?
És tu que bates
de mansinho
à janela do meu quarto
a ver se te atendo?
E vejo que falas
e vejo que vens,
oferecendo teus frutos... 
A garganta secou, 
as palavras falharam,
para te implorar:
Vem!...Fica!...
Podes entrar: partilha sorrisos comigo,
aquece minha cama de feno!...
Continuaste caminho
teu andar leve
teu rosto de luz,
indiferente,
para brincar ao amor
para cavalgar estrelas
ao faz-de-conta!...
Para lá da vidraça
meus olhos 
ficaram parados,
sem fazer ninho 
no teu olhar!... 
Foste-te embora
da minha janela,
em noite apagada,
em tempo ruim, 
sem me avisares, 
sem eu dar por ti:
mas eu vi-te
logo pela manhã
com o cantar da aurora...
vi tuas pegadas
leves 
suaves
no meu jardim !..
Ainda ouvi tua voz sonora
por entre a espuma 
do meu mar revolto.
Sorri... e corri 
para o abraço infinito
que juntasse céus e mares
numa laçada de amor ...
Mas tu fugiste, 
fugiste para longe...
para muito longe... ...
Mas eu vi-te:
Leve como a brisa da noite, 
agradável como um sonho de amor!...

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