Sem estrelas vivo, eu vagabundo,
Só,
entre milhões de milhões,
constantemente oscilando,
entre o alto
e os pântanos lá do fundo:
A grandeza... e a nulidade,
O mundo escuro...e a claridade,
de mãos dadas,
neste vale de lamentações!...
Subo e caio com a mesma facilidade:
de manhã cavalgo uma nuvem
mergulho num charco, lá pela tarde.
Minha inutilidade me esmaga,
escravo inútil me sinto,
Se a palavra disponível não agrada
ao projeto a realizar,
sinto o descalabro dentro de mim,
como sinal do fim... ou do princípio
do horizonte mágico da vida?!...
Se outros olhos não há,
além dos que me mostram as manhãs,
então nem escravo sou,
Nada valho: nem a beleza
duma gota de orvalho, nem a pena leve
da ave azul
que a aragem da aurora levou!...
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