quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

FICA PROIBIDO...

Fica proibido codificar homens...
Sua condição de vegetar nego...
A mediocridade da vida esconjuro...
Mendigos que somos de infinito,
eu, finito e cego, Te procuro;
De pé,  procuro o ritmo do tempo, 
soltando meu grito, as barreiras destruo...
Ou será que o maior dos ricos
não defeca, chora e morre
como o mais pobre dos aflitos?!...
De uma vez por todas fica escrito
que o preço da vida é o AMOR GRATUITO,
mandamento novo em letra de granito!...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

SINGELO MOMENTO!...

O sol doura teus cabelos,
Duas estrelas moram no teu olhar;
A fonte que canta em teu peito
Traz poemas de terra e de mar!...
Eu, solitário e vazio, 
Não fui  capaz de entender
Toda a música que deixas no ar!...

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

TEMPO DE GIGANTES...

O tempo dos gigantes passou...
Passaram as civilizações douradas!...
Hoje, só há anões, 
às cavalitas de anões!...
Em espetáculos de feira
com palhaços aos trambolhões!...

domingo, 26 de fevereiro de 2012

MAR REVOLTO!...

Ainda há pouco eras calmo,
imensidão em paz,
um azul lago...
E aquele disforme penedo,
cravado no teu lado,
há eternidades,
parecia meter-te medo!
Tão de leve
o acariciavas, o cingias...
E o teu cantar
era um diálogo de noivado
entre a rocha e o mar...

E agora estás bravo,
mar sem fim!...
Vieste lembrar-me a paz
que sempre trago...
Ou és tu
que  não me queres assim!?
Que se meteu em tuas entranhas?
Que espírito te animou?
para que estejas em convulsões,
aos urros,
batendo no penedo,
como a dar-lhe murros?...

sábado, 25 de fevereiro de 2012

FRONTEIRAS!...

O rio que passa e divide
a planície,
O marco de pedra ou aço
colocado no deserto,
O homem de farda que mata
são os limites dum espaço
em que o passo
não pode ir mais lá
mais cá do limite
que permite
dar mais passos....
São as fronteiras
divisões banais
que esquartejam o mundo...

Mas há fronteiras mais primorosas,
com mais técnica,
mais progresso,
mais finas. Tudo civilizado:
canteiros com flores... e minas...
roseirais em flor... e arame farpado!
Em fiadas direitinhas...paralelas
mas tudo eletrificado!...

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

UM FADO LINDO!...

Abro os olhos... e apareces tu,
Calma, 
Sonhadora, 
Carinhosa...,
Sinto a minh'alma
A rir
E a cantar...
Ai! os teus olhos
O teu quente olhar,
Tão raro
Tão puro
Tão azul!
Não é tão azul
O azul do mar!...                         

SIMPLES DESEJO...

Poder cantar queria
Pulmões plenos
Cada momento;
Meter
Cá dentro a alegria;
Depois marchar
Sereno,
Rosto levantado ao vento;
Assobiar
Melodias sem igual,
Árias do meu contentamento;
Todo o espaço
Cingir
Num abraço...
E derramar estrelas
Dos meus olhos
Pela imensidão do espaço...

MINHA BOLA DE SABÃO!...

Deixem-me construir
Castelos de neve, 
Bolas de sabão!
Deixem-me construir
Paraísos de sonho,
Mas o sonho não leve
Meus castelos 
                   sem pedra
                   sem betão!....
Deixem-me construir
Um mundo, 
Onde eu viva 
Só,
Com minha ilusão;
Deixem-me sonhar
Um mundo diferente, 
                  sem guerra
                  sem perdão;
Deixem-me construir
A minha bola de sabão!...

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A MINHA JANELA...

Na janela do meu quarto,
o quadro vivo
colorido
da manhã... surgiu...
Cheio de sol
e luz tanta!
Que os próprios objetos radiantes
refletem em mim a bonança
do dia novo
da renovada esperança!... 

domingo, 19 de fevereiro de 2012

DE VERMELHO...

De vermelho
Cor de sangue
Minhas mãos 
Tingi;
As vestes 
Rasguei
Por caminhos vãos;

Forças que tinha 
Todas consumi;
Batalhas enfrentei:
Tantas perdi
Muitas ganhei;
E agora
Que nada sou
Nada valho
Tenho de regressar sem Ti

Quem és Tu...
Quem procuro
Sem Te encontrar?
Quem és:
Sol da minha órbita,
Minha estrela polar?...
Quem hoje me guia, 
Quem rasga meu futuro, 
Quem me leva a beber
Em fonte pura?...
Quem?...Onde é?...

Se preciso for guerra,
Soldado sou;
Se crer, 
Eu tenho fé.
No meu caminho
Estou
À TUA espera... 

ACIDENTAL BELEZA...

Pedaço de terra, céu e mar,
Flor agreste, vento
E fresca madrugada 
Num corpo de mulher, tecendo
Mil sonhos de beleza
E um cântico  de alvorada! 

TUDO OU NADA!...

Porquê orgulho e preconceito,
Pergunta a simples violeta?...
Uma flor é sempre flor,
quer na mesa dum paláçio,
ou na janela dum lenhador...

Mudar a importância da flor
é matá-la!

Na casa humilde, 
ou no castelo real,
usa o mesmo aroma,
veste a mesma cor...

Vive simples e delicada
E ensina idêntica metafísica
à senhora e à criada:
Uma simples flor
pode ser tudo ou nada!...

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O AR DA MANHÃ...

O ar da manhã
trouxe um rosto fresco...
Bebi-te o olhar,
minha fonte agreste!...
Luminosa passaste
e minha sede passou!...

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

FONTE SEM NOME!...

Fonte que murmuras segredos
Quem me dera saber-te escutar...
Ser irmão das sombras , dos medos,
Ter cavernas nos fundos do mar...

Gemer em doces murmúrios
Cantar canções de embalar;
Entrar nos velhos tugúrios, 
Ser espelho da luz do luar!...

Fazer sentir quem não sente,
Fazer sorrir docemente
Aquele que sabe chorar...

Teres boca para dizer
Que minh'alma é um querer
Ser fonte para te cantar!...

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

INSTANTE!...

Quando o mar adormece,
Quando a gaivota plana,
Parece que o sonho acontece:
Parece que a vida é uma prece, 
Parece que a vida nos chama!....

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A MINHA ESTRELA!...

Nos meus muitos caminhos de viandante
Apareceu uma luz que me cegou.
Ficou presa a mim, não mais deixou
O barco da minha vida, o meu destino errante!

Mistério de força...guia e bom mirante
Dos meus dias, das minhas lutas;
Tantas tristezas goradas! tantas lágrimas enxutas
Por ti, doce estrela e minha amante!...

Procelas sofridas, noites sem luz, rotas as velas,
Por mares e terras, por sóis e estrelas...
Sempre lá tu. Camarada. Serva.

Obrigado estrela!?...não me cegues os olhos...
Dá-me muita luz... e paz aos molhos
E a minha rota na vida me conserva!...